sexta-feira, 29 de março de 2013

Bate coração...

Apaixonado a gente fica assim. Abobalhado, embabacado. Ri de qualquer coisa, até se xingarem a gente. Nada aborrece. Nada estressa. Tudo é festa.

O mundo passa a ter todas as cores novamente. Ou melhor, a gente passa a enxergar novamente as cores daquilo que a gente via antes preto e branco.

A gente esquece o vocabulário e volta a ser criança outra vez. Fala errado, com voz de fuinha, passa a usar tudo no diminutivo.
A carência ao invés de diminuir parece que só aumenta. Porque agora a criança quer colo o tempo todo, quer carinho, beijinho, abraço... Quer "boa noite" e "bom dia" senão chora e faz pirraça.

A vida vira uma verdadeira diversão e a gente não quer largar o brinquedo, quer brincar 24h por dia. E por alguns instantes isso é tão hosmótico que a gente acaba esquecendo as responsabilidades da vida adulta. Pra falar a verdade as responsabilidades nem soam mais com tom de obrigação. Até elas se tornam divertidas.

Daí tudo se harmoniza e passa a funcionar compassado... a batida do coração, o sorriso espontâneo, a pele mais bonita, a felicidade incontida dentro da gente que parece que vai nos explodir a qualquer momento...

Sim! Isso é paixão! Como pode ter pessoas que ainda acreditam que apaixonar-se é um mal?
Eu não acho...

sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Nascer de novo para o novo...

E de repente de novo aquela mesma dor...
A dor do parto!
Nascer dói... o parto dói... mas a dor é necessária para gerar a vida.


Tudo muito novo de novo, e como se fosse a primeira vez...
Sentir os mesmos medos de antes, as mesmas angústias, as mesmas aflições...
Nascer de novo dói!



E mais uma vez tentar se fazer forte. Bloqueios e resistências em vão.
A natureza nos empurra para fora. Tá na hora de nascer... mais uma vez!

Sair da escuridão da placenta, que foi criada para lhe proteger do externo, e mais uma vez vir a vida.
Sim, é mais confortável ter tudo sem esforço e estar sempre protegido, mas nascer é necessário.

É preciso sentir a mesma dor para conhecer o que nos espera lá fora.
Aprender tudo outra vez.
O primeiro choro... a primeira fome... e logo de cara o primeiro medo... até sentir o primeiro carinho...
Mas a confiança não se estabelece logo de cara. Não é qualquer saciedade que nos compra.
É preciso aprender muito mais...
Reconhecer pelo carinho... pelo cheiro... pelo calor... pelos sons...
Depois abrir os olhos e começar a definir formas... cores... texturas...



Mesmo com tanto temor, começamos a retribuir, involutáriamente, tanta demonstração de afeto
E a primeira resposta é um sorriso sincero, que desperta no fundo da alma o mais puro sentimento de gratidão.

E o aprendizado não para.
Vem o erguer-se... a tentativa em vão de independência...
E o primeiro passo... a primeira palavra...

Nascer doeu... crescer pode ser ainda mais doloroso...


Certa vez eu ouvi "É preciso morrer para viver"...
Um dia eu não tive medo de morrer... então por que este medo todo de voltar à vida?

Nascer de novo dói...




por Deyvid Guedes, em 19 de outubro de 2012




sábado, 23 de junho de 2012

Amadurecência

Parto...

Parto...

A poesia prevalece!!!

O primeiro senso é a fuga.

Bom...

Na verdade é o medo.

Daí então a fuga.

Evoca-se na sombra uma inquietude

uma alteridade disfarçada...

Inquilina de todos nossos riscos...

A juventude plena e sem planos... se esvai

O parto ocorre.


Parto-me...

Parto-me...

Parto-me...



Aborto certas convicções.

A bordo demônios e manias

Flagelo-me

Exponho cicatrizes

E acordo os meus, com muito mais cuidado.

Muito mais atenção!

E a tensão que parecia não passar,

"O ser vil que passou pra servir...

Pra discernir..."

Pra pontuar o tom.

Movimento...

Som...

Toda terra que devo doar!

Todo voto que devo parir

Não dever ao devir

Não deixar escoar a dor!

Nunca deixar de ouvir...

Com outros olhos!

Com outros olhos!

Com outros olhos!

(Fernando Anitelli)









sábado, 16 de junho de 2012

Seres alados vêm perturbar meu sono...
Me tiram da calmaria dos meus sonhos rotineiros e me levam por lugares onde não queria mais pisar...
A nostalgia toma conta e começo a reviver uma vida, inacabada, ao contrário do que eu pensava.
Então eu percebo que os sonhos por onde passeio ainda são os sonhos que vivem em mim
Seres alados me levam de mim e me fazem pensar como o outro
Me fazem largar meu mundinho de solidão e reviver um mundo novo em que outrora eu populei

Seres alados me carregam nos braços e me jogam num caleidoscópio de lembranças
Das promessas de nunca deixar a chama se apagar que eu não cumpri
Ou cumpri porque ainda arde aqui dentro

Seres alados me trazem imagens do verões passados
Do passeio de barco, do banho de mar, o pôr do sol na lagoa
A baleia gigante, o caminho sinuoso na mata em busca do paraíso
O banho de chuva, os corpos molhados ou suados que se abraçavam

Seres alados me levam mais uma vez a outras primaveras
Das flores exóticas, e o chafariz no jardim
Do chapéu engraçado que surge por trás de um ramalhete
Das noites intermináveis e incansáveis
Dos longos dias de espera

Me fazem reviver dias de outono
Com o friozinho típico da estação
E o passeio por sobre as águas em meio à tantos outros enamorados
Os caldos, as quadriculadas vestimentas, o vinho que anima e esquenta
O cheiro da manga rosa, com sua mancha azul

Seres alados me trazem de volta os invernos e as chuvas
Tempestades acalmadas com um simples abraço que esquenta
Das noites dormidas abraçados e a sensação de que aquilo nuca mais iria se acabar
Da tristeza de acordar e se despedir
Do anseio em ver de novo

Seres alados me trazem a nostálgica sensação de que um dia eu tive tudo o que mais amava em minhas mãos
E que hoje vivo a procura do que sempre soube onde encontrar
Seres alados me olham nos olhos em meu sonho e me dizem que eu sei exatamente onde encontrar a felicidade
e que eu sou tão tolo por me sentir sozinho

Seres alados me trazem de volta a realidade, mas não me derrubam da cama
Esperam apenas que um dia eu acorde dos meus sonhos e tenha coragem de torná-losrealidade...




Por Deyvid Guedes em 16 de junho de 2012

Coração idiota

E vai batendo uma saudade...
Da vida que outrora vivi
Dos momentos clichês que me permiti passar
De tanta coisa idiota que só um coração apaixonado entende
Mas que hoje faz tanta falta!!!

Ah coração idiota!
Que saudade de tê-lo assim de novo
Tão abobalhado e perdido entre olhares
Hoje ainda bate constante, ainda és feito de carne
Mas teima em fingir-se de pedra

E uma simples canção é capaz de derretê-lo
E lembrar momentos, reviver histórias
Não uma canção qualquer
Não a mesma canção que todos os corações apaixonados balançam quando ouvem
Mas a sua canção
Aquela feita só pra você e mais ninguém

E de pensar que todo este mundo já foi seu
Mas decidistes abandoná-lo
Foi a melhor escolhe que a razão fez
Mas em momento algum ela lhe consultou, pobre coração
E a cada dia que passa te tornas mais doente por conta das atitudes desta tal razão
Não adianta! Vocês nunca entrarão em um acordo!


E a mente só lhe repassa as lembranças
Da tarde no jardim em meio a chuva
O cheiro do perfume das flores se misturando
Já podes até sentí-los de novo
E entre jaulas e animais acasalando, vem a lembrança de mais tardes chuvosas
Ou dos abraços pra esquentar o friozinho a beira do lago
Corações brilhando no peito, num belo e estranho dia pra se ter alegria

Tantas coisas... Tantos momentos...
Onde isso tudo foi parar?
Cadê aquela mesma garra de sempre?
E as promessas de não deixar a chama se apagar?
E tudo aquilo vivido e batalhado para conquistar o seu mundo?
"No início achei que era um sonho..." E hoje não passa disso...

Hoje só lhe restam lembranças coração idiota! Que nunca soube se entender com a razão!
Talvez seu tempo tenha acabado...
Talvez nunca mais voltes a bater como antes...

Talvez tudo não continue passando de memórias e saudade...
Ou realmente não passou de um sonho!






E o que mais lhe martiriza é saber que o problema todo é você... Coração idiota!



Por Deyvid Guedes em 16 de junho de 2012

quarta-feira, 14 de março de 2012

Deus me fez poeta...

Deus poderia ter-me feito cego. Destes que não enxergam a vida passando e preferem se lamentar antes de olhar a sua volta e ver que nunca está sozinho...
Deus poderia ter-me feito surdo, incapaz de adimirar o canto dos pássaros por estar mais preocupado com o toque do celular, o som das buzinas, do motor do carro, da máquina de impressão...
Deus poderia ter-me feito sem pernas, destes que preferem passar parte de seus dias trancados em um quarto na frente de um computador a admirar um pôr-do-sol à beira do mar...
Deus poderia ter-me feito sem o olfato, destes que nunca pararam em um jardim para apreciar o perfume de um jasmim sequer...
Deus poderia ter-me feito insensível, destes que são incapazes de dar ou receber um carinho que seja...
Deus poderia ter-me feito mudo, destes que não tem uma palavra de apoio, só pessimismo e baixo-astral...
Deus poderia ter-me feito diabético, incapaz de ser e lidar com pessoas doces...
Deus poderia ter-me feito anão, dos que só enxergam a vida por baixo e são incapazes de pensar alto...
Deus poderia ter-me feito obeso, deste que só ocupam espaço mas moralmente não tem peso algum...

Mas o que Deus fez de mim?
Deus me fez poeta!
E me deu o dom de enxergar além da alma..
Deus me fez sensível a ouvir o choro do recondito da alma...
E me fez capaz de alcançar distâncias jamais exploradas. Me fez ir a lugares onde jamais imaginei pisar...
Deus me fez poeta!
E me fez perceber a beleza do perfume de uma flor, sua pele-pétala suave, sua formosura, seu encanto...
Deus me fez poeta!
E me fez com braços fortes para proteger e suaves para acariciar...
Deus fez sair dos meus lábios, doces melodias ao recitar meus versos...
Deus me fez enxergar o mundo através sentimentos...
Me deu um coração para amar...olhos pra chorar...cabeça pra sofrer...lábios para sorrir... E mãos!
Mãos que  que trazem, de onde não sei, a inspiração que também foi Ele que me deu.
Deus me fez poeta para amar!
Deus me fez poeta para sorrir!
Deus me fez poeta para sofrer!
Deus me fez poeta acima de tudo para transmitir em palavras o que nem todos conseguem perceber e sentir...

E que bom que Deus me fez assim saudável.
Saudável destes que mesmo que se perca todos os sentidos, não perde jamais o amor e o sorriso!






por Deyvid Guedes, em 14 de março de 2012
(Dia Nacional da Poesia)

terça-feira, 13 de março de 2012

"Quem conhece um sorriso de verdade sabe que nem todo palhaço é feliz"

O palhaço não quer sorrir...

Não quer sorrir e nem fazer sorrir...
Por um instante o circo fechou. As crianças trazem em seu semblante a tristeza que refletem do palhaço. A flor que jorra água está abandonada num canto e as piadas, soltas pelo ar, são meras palavras lançadas ao vento.
O dono do circo já não sabe mais o que fazer: "Onde já se viu, circo sem palhaço?"
Um mundo sem magia, sem risos e sem alegria... Até as tintas estão perdendo a sua cor...
O mágico tenta de tudo com sua cartola. O trapezista vai o mais alto que pode para buscar a solução. A contorcionista tem se dobrado ao meio tentando ajudar.
Todos querem a volta do palhaço!!!

A alegria tem que voltar...
As crianças precisam sorrir!!!
O palhaço tem que voltar...
O circo não pode parar!!!
O palhaço tem que voltar...
A festa vai continuar!!!
O palhaço tem que voltar...
O mundo não vai parar de girar!!!

O palhaço tem que voltar...
O palhaço tem que voltar...
O palhaço tem que voltar...






por Deyvid Guedes em 25 de Outubro de 2008


sexta-feira, 9 de março de 2012

À mulher da minha vida...

      E me olhou nos olhos, me disse que me amava. Com seus beijos doces acariciava meu rosto, e me deixava a forte sensação de que era naquele colo onde eu queria passar o resto da minha vida. Sua voz mansa me pedia para nunca abandoná-la, e me pedia perdão por todo erro que havia cometido.
      Depois de tanta dor e sofrimento, falava de recomeço, perdão, vida, amor...e me falava sobre um anjo que a havia visitado e a feito pensar e refletir sobre estas coisas. Parecia me amar mais do que a ela mesma, e aquele carinho me emocionava cada vez mais.
      Eu queria chorar...eu queria sorrir por vê-la ali comigo. Pensei que tal cena jamais se repetiria. Cheguei a pensar que a perderia para sempre... Mas não! Estávamos ali...apenas ela e eu. Naquele quarto sombrio, que se transfomara no nosso recôndito da troca de amor. Eu me aconchegava em seu colo e só queria ouvir um pouco mais da sua voz... Agradecia a Deus, enquanto a ouvia, por estar vivendo mais uma vez aquele momento e por nada daquilo ter se perdido. A felicidade em ter aquela mulher do meu lado era tamanha que levava minh'alma ao êxtase.
      E eu, que cheguei a pesar na despedida, sou o homem mais feliz do mundo por ainda tê-la ao meu lado. Ainda hje, três anos e quatro meses depois deste dia, sempre que posso procuro o aconchego daquele colo que me acolhe. Ainda hoje procuro os beijos que me afagam e o eu te amo verdadeiro que me conforta.
      Erros, falhas e decepções ainda acontecem. Pobre dos humanos, falhos! Mas se não fossem nossas falhas, não exercitaríamos frequentemente a força e o poder do amor e do perdão.


 
Obrigado meu Deus, por colocar esta mulher em minha vida!
Obrigado meu Deus, por mais que isso.  Obrigado por ter me colocado em sua vida e me entregue aos seus cuidados!

Obrigado Mãe! A maior mulher que já pode ter existido em toda a minha vida!!!






por Deyvid Guedes em 08 de março de 2012



Quem esteve do meu lado durante aqueles 20 dias, de um pesadelo que se iniciou em 20 de outubro de 2008, enquanto minha mãe permaneceu internada no CTI, sentirá exatamente o que eu senti enquanto escrevia este texto. A vocês o meu muito obrigado por me dar toda a força que eu precisei quando, depois de uma forte depressão, minha mãe tentou suicídio por envenenamento. Com ela eu morri naquela manhã de 20 de outubro e com ela ressucitei 20 dias depois, e isso eu devo ao amor de vocês. À minha sobrinha, o anjo que deu um beijo na testa da minha mãe (ainda com 1 ano de idade), naquela mesma manhã, e disse um "eu te amo" que a fez levantar daquele leito de morte, um dia eu terei a oportunidade de agradecer de um jeito que ela entenda. A todas as mulheres, uma dedicatória especial, pois não consegui postar ontem, dia internacional da mulher. E a todos que lêm este blog, esta singela homenagem ao amor e a vida. Depois destes dias eu aprendi como nunca a amar a vida!

terça-feira, 6 de março de 2012

Chuva de contos...

Ele caminhava pelas ruas da cidade, feito criança com brinquedo novo.
Quase tudo havia dado errado àquela noite. Quase tudo dera errado àquele ano que se findou. Mas ele caminhava feliz... Corria, subia nos obstáculos, em meio à chuva.
Aquela chuva parecia lavar-lhe a alma! Chutava poças de água, e a essa altura já nem se importava mais se estava encharcado, ou se o seu sapato, banco, estava sujo.
Era uma alegria que nem ele mesmo sabia de onde vinha...


Cinco dias antes... 361 dias de muitos desafios já haviam se passado. E ele tomara uma decisão. Sairia mais uma vez para o seu deserto. Os próximos quatro dias que ainda restara daquele ano seria de isolamento. Ele sabia que estaria só o tempo todo, mas era disso que ele precisava... Forçava uma felicidade, mas no fundo no fundo não era bem assim que ele estava se sentindo. Muitas coisas ainda o entristecia, dentre estas coisas estava a saudade.
Saudade de coisas, pessoas, lugares... Porém ele decidira ser feliz! Era isso o que realmente importava, mesmo que para tal, tivesse que deixar para trás muita coisa que amava.

Em meio a um turbilhão de informações que passava pela sua cabeça, algo ainda o incomodava muito. Queria falar, ouvir a voz...mas o seu medo de arriscar mais uma vez o travava em seus pensamentos.
Sem nem mesmo saber o porquê, encheu-se de coragem e no seu celular escreveu uma mensagem "Você pode não acreditar, mas eu sinto saudade! De verdade..." A enviou, mas por conta de todos os fatos já ocorridos, nem tinha esperança alguma de receber uma resposta. E de repente, o seu telefone vibra "rs... Você pode não acreditar, mas eu acredito!" Naquele momento já não sabia mais o que pensar...não sabia nem mesmo como interpretar aquela resposta. Mas tinha uma certeza, a de que feridas começavam a ser curadas naquele momento. O que ele precisava era de cuidado para ajudar na cicatrização e não tornar a abri-las.




Seus quatro dias de deserto passaram rápido. Enfim, era noite de reveillon. Praia, tumulto, felicidade estampada na face de todos. É bom que a gente seja assim! É bom que a gente se iluda com o fato de que, depois de 365 dias, com apenas um giro no ponteiro do relógio, tudo vai ser diferente. Tudo vira do avesso e milagres acontecem. É a magia da vida, renovando esperanças em nossos corações.
Bendito o homem que inventou a comemoração pela passagem do ano. Quando a alma já está cansada, a esperança se renova e partimos de novo do princípio.

Mas em meio àquela multidão que clamava por paz, amor, saúde, prosperidade e felicidade...mais uma vez ele se encontrava sozinho. Alguns desencontros, as linhas telefônicas congestionadas, e ele perdido, esperando o novo ano...sozinho! Como já se sentira a maior parte daquele ano que se despedia, mesmo estando rodeado de amigos. Mas desta vez ele estava só...literalmente!
Fogos... Magia... Felicidade... Sorrisos nos rostos de quem estava a sua volta... Ele tentava sorrir, para não iniciar um ano já com tristeza em seu coração.
E por um momento ele decidiu curtir o visual sem se deixar levar pelos fatos...



Mas algo no decorrer daquela noite, a transformaria em fantástica. E ele nem podia imaginar o quanto.


De repente, um telefonema...mais alguns contratempos...e um encontro. Sim! Seu coração palpitava!
Há tempos ele não via a masidão daquele olhar. Há tempos aquela voz não acariciava seus ouvidos. Há tempos não sentia nada tão confortante quanto aquele abraço. Há tempos não sentia aquele perfume.
Em frações de segundos esquecera tudo o que havia lhe acontecido até aquele momento, e tudo passou a ser aquele momento.
"Você pode não acreditar, mas eu acredito!"

Ele se lembrava. E aquele sorriso que ele via se abrir era sincero. Nada forçado.Sentia que que tudo poderia ser diferente. Sentia que ali estava a chance de um novo começo de uma nova história. Sentia que não estava desacreditado. Não mais...


Depois de tanto tempo sem se verem, o que mais tinham era assunto para colocar em dia. E assim foi. Conversaram... Riram... Contaram como andava a vida... Caminharam juntos por um bom tempo, e nem se importavam com a chuva que os encharcava. Aliás, nem se lembravam mais dela. Em nenhum momento sequer conversaram sobre eles... Era um papo de bons e velhos amigos apenas. Mas mesmo assim ele estava feliz!
Ele aprendera com o tempo a não criar expectativas e aproveitar as coisas boas enquanto elas aconteciam. E aquilo que estava acontecendo naquele momento era bom. Fazia-lhe bem. Ele não queria que aquele instante se estragasse por nada. E não se estragou!

Se despediram e ele seguiu seu caminho, que naquela noite tornara-se mais longo, de volta pra casa...

Ele caminhava pelas ruas da cidade, feito criança com brinquedo novo.
Quase tudo havia dado errado àquela noite. Quase tudo dera errado àquele ano que se findou. Mas ele caminhava feliz... Corria, subia nos obstáculos, em meio à chuva.
Aquela chuva parecia lavar-lhe a alma! Chutava poças de água, e a essa altura já nem se importava mais se estava encharcado, ou se o seu sapato, banco, estava sujo.
Era uma alegria que nem ele mesmo sabia de onde vinha...
Ou melhor... Ele sabia exatamente de onde vinha tanta alegria, e decidiu ir atrás dela.

Conquistar é algo muito fácil. O difícil é, depois das mágoas, das decepções e da ferida aberta você conseguir reconquistar. Este é o grande desafio. Reconquistar, sendo você mesmo, sem máscaras.

E ele topou o seu mais novo desafio! Não entraria neste para perder... E desistir? Jamais!




por Deyvid Guedes, em 01º de janeiro de 2012





"Não sei mas sinto, uma força que embala tudo
Falo por ouvir o mundo, tudo diferente de um jeito bate" (André Carvalho)

segunda-feira, 5 de março de 2012

"My heart is beating!"

E continua...
Feche os olhos...silencie...perceba! É a vida que pulsa aí dentro de você!
Talvez cansado, abatido...um pouco flagelado pelo dia a dia... Mas ainda bate!
Eu nunca disse que te amava porque eu mesmo não sei medir a grandeza do que eu sinto. Nunca lhe pedi nada, nem fiz da amizade uma troca de favores. Mas hoje eu venho aqui lhe propor uma troca. Com meu coração nas mãos lhe peço, aceite-o e me permita receber o seu.
Deixe-me cuidar do teu coração, curar as feridas, afagá-lo em meu peito...sentir a dor que tanto o aflige. Não se preocupe comigo...deixe-me partilhar da dor e multiplicar as alegrias.
E com o meu, me permita lhe mostrar como é bom sentir um pulso forte no peito. Me permita mostrar que a vida ainda tem sentido e que você faz todo o sentido em uma vida. Me deixe proporcionar os mais verdadeiros sorrisos, as mais sinceras alegrias... Buscar no dia a dia o que o tempo vai nos tirando.
Vamos deixar os ar-condicionados dos escritórios de lado e sair por aí sentindo o vento fresco no rosto. Esquecer que existem aquecedores e tomar banho de sol pela manhã. Dançar até quando não houver música... Beber até cair...cair um pra cada lado e sorrir disso. Comer chocolate ou aquela receita que não deu certo. Lambuzar a cara um do outro com cobertura de bolo. Brigar feito crianças e depois se reconciliar com gargalhadas. Tomar sorvete no frio. Banho de mar. Brincar na chuva... 


Percebe quanta coisa gostosa já fizemos e nem percebemos. Vamos voltar no tempo, fazer tudo de novo, com mais vontade, intensidade... Não. A vida não acabou. Ela continua! E está aí...esperando por nós! Querendo rir conosco, ou de nós...que tanto debochamos dela. 
Me deixe te fazer feliz!


Não espere ouvir de mim todos os dias sobre o amor que sinto. Mas permita-me mostrá-lo e perceba o quanto ele só cresce. Amar é sim incondicional. Se impormos condições a palavra amor perde o sentido...
Quero ver de novo o 'verde-que-te-quero-verde, No prado viçoso e luzidio, Espumando vida' de Jan Muá ressurgir brilhante depois da seca que o assolou e hoje já não tem mais poder sobre ele.
Sim...nossos corações estão batendo. No mesmo ritmo, na mesma sintonia...embalados pelo que a vida tem de melhor a nos proporcionar...
Permita-nos viver?

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Loucas crônicas confusamente paradoxais

Triste noite no quarto da solidão...
Prometi pra mim mesmo que seria feliz e nada me atrapalharia. É preciso dar o primeiro passo e fugir desta imensa escuridão.
Sair sem destino, sem compromissos com o tempo... Viver a vida com o que ela tem de melhor pra me oferecer. Vento no rosto, adrenalina no sangue e a doce sensação de que nunca mais estarei sozinho. Carros que cruzam meu caminho não conseguem desviar minha atenção e meu olhar adiante. 
Tem dias que preciso apenas de um abraço. Corações batendo em sincronia, silêncio nos lábios e palavras saindo do peito. E encontro isso onde menos espero. Se precisar de um ombro pra chorar, sem nem mesmo perceber em instantes estou me desfazendo em gargalhadas. Se preciso sair por aí e respirar ar puro, encontro companhia nos pés que me acompanham. Quando de carinho e afeto precisei, encontrei nas mãos que me acariciaram. Mesmo na noite nublada eu pude ver o brilho da lua. Em dias frios, tive o calor do sol pra me aquecer. Olhos nos olhos, e eu vejo o meu reflexo no espelho que traduz exatamente quem eu sou... As palavras que me encantam me fazem refletir e sonhar com um novo dia!

Como num passe de mágica, tudo some a minha volta e percebo que não sai do ponto de partida. O frio e a solidão ainda me assolam entre as paredes do meu quarto. Altos e baixos, num mundo tão bipolar, como um camaleão vou me adaptando ao meio, da mesma forma, sem me tornar diferente. E vivo neste mundo de idas e vindas, alternando meu humor entre alegrias e tristezas.

Tão repleto e tão vazio. Posso ter tudo a minha volta e ter a sensação de que nada tenho. Tão feliz comigo mesmo e me entristecendo com minha própria pessoa. Repleto e cercado de amigos, afogado na solidão. Paradoxos me sufocam. O que amo tanto se torna para mim motivo de profundo ódio. Do céu ao inferno em questão de segundos...

De tanto levar porrada apanhar dessa vida, fui aprendendo a ser feliz comigo mesmo. Aprendi a me amar antes de qualquer coisa.. Aprendi a sorrir e amar meu sorriso, aprendi a ser eu mesmo e a amar meu jeito de ser, aprendi a ser verdadeiro e amar minha sinceridade, aprendi a chorar quando sentir vontade e a me reerguer quando for preciso. Mas ainda falta alguma coisa... Será que falta mesmo? Aprendi tanto ter amor próprio que acabei esquecendo de aprender uma coisa: Ser amado! Já chorei por quem não me ama e já fiz chorar quem me ama de verdade. Já fiz loucuras por amor e já chamei de louco quem enlouqueceu (perdoe-me a redundância) por minha culpa... Errando alvos certeiros e acertando os errados. 

Vivendo, batendo, apanhando, se flagelando... Amando, odiando... Querendo, desprezando...
Sigo esta porra de vida vivendo desaprendendo, sorrindo, chorando...

E aqui encerro com uma frase do poeta Fernando Anitelli, em uma de suas letras:


"Basta as penas que eu mesmo sinto de mim
 Junto todas, crio asas, viro querubim" 
(Cuida de mim - O Teatro Mágico)




por Deyvid Guedes em 16 de setembro de 2011

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

E se perguntarem por mim?

Se alguém perguntar por mim, me faz um favor?
Diga que fui ali, viver e já volto?
É isso mesmo!
Diga que eu fui perdendo o medo da vida e, conforme diz a canção, estou deixando ela me levar...
Chega de complicar! Os mistérios vou deixando de lado e curtindo as coisas simples, que antes eu deixava passar despercebidas. Passo a passo... Um dia após o outro... É assim que estou vivendo.
O que eu quero encontrar,procuro, e se não encontro, não sofro por isso...vou vivendo!
Esperanças?
Perdi todas! Ou melhor, aprendi a viver sem elas. Tem muita coisa acontecendo hoje, estou sem tempo de parar e sonhar com o dia de amanhã. E se amanhã eu já não estiver mais vivo? Melhor esperar e deixar o amanhã chegar né?!
Não acha?
Desculpe, mas achei melhor viver assim... E vou vivendo!
Sonhando com a minha realidade ao invés de tentar realizar sonhos.


Se alguém perguntar por mim, diga para me procurar apenas se quiser viver da mesma forma. Que não venha atrapalhar a minha vida.
Diz que eu estou apreciando um pôr-do-sol ou a simplicidade de um olhar. Diz que estou me banhando ao mar ou valorizando a beleza de um sorriso. Diz que estou curtindo um banho de chuva no verão ou rolando morro abaixo na grama e me matando de rir.


Ao invés de ir atrás de pessoas e coisas de valor, estou aprendendo a fazer os meus momentos valerem a pena!


Se alguém perguntar por mim, diz que eu não estou imaginando com quem eu possa me casar um dia, mas que estou parando meu tempo no conforto de um abraço. Diz que eu não quero mais me importar se o dia é de sol ou de chuva, quero é viver e tirar proveito das particularidades de cada clima.


Se alguém perguntar por mim, diz que hoje eu não consulto meu horóscopo ou a previsão do tempo. Já deixei muito que eles interferissem nas minhas decisões, quando na verdade quem estava errado eram eles, e não eu.


Se alguém perguntar por mim, me faz um favor, diz que estou muito atarefado vivendo a minha vida, ao invés de tentar decifrá-la... Quando se sabe todos os caminhos que levam ao fim do jogo, ele perde a graça...
Diz que eu cansei de procurar pelo "felizes para sempre" e passei a transformar a minha felicidade de agora em eternidade.


Se alguém perguntar por mim, me faz um favor?
Diz que estou por aí...
Vivendo!
E que não me atrapalhem, ou tentem me impedir!


Diz que fui ali... Viver e já volto!



por Deyvid Guedes, em 15 de Janeiro de 2012

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Deserto...

Eu sempre luto comigo mesmo pra não ter que fazer isso, mas vez ou outra eu preciso voltar ao meu deserto.
Deserto é solidão, é vazio, é dia quente e noite fria. Extremos que nos levam aos extremos da vida... Mas lá é o meu lugar!
No deserto ninguém interrompe meus pensamentos, ninguém altera meu humor, ninguém influencia minhas atitudes...

Deserto sou eu comigo mesmo!

A boca se fecha, o coração grita... Palavras querem sair, mas ninguém me ouve. Eu mesmo ouço minha própria voz e entendo o que eu mesmo estou sentindo. Sentimentos retraídos que me entropecem , me escravizam e eu mesmo não vou percebendo...
Vou reformulando minhas idéias, deixando de lado as expectativas e tentando entender que a vida é pra ser apenas vivida e não palnejada. Que o destino traçado já está consumado e eu não tenho domínio sobre o meu amanhã. O que eu posso fazer é apenas intensificar o meu hoje. O amanhã eu nem sei se virá...

O deserto me vem de forma sorrateira, quando menos percebo estou dentro dele. É doloroso passar pelo deserto... Sede, fome, frio, cansaço... Mas o deserto é extremamente necessário.
Mente esvazia, coração esvazia, e eu vou dando espaço a tantas coisas que queriam entrar e foram sendo impedidas.
Deserto é isolar-se em si mesmo e mais uma vez buscar o sentido da sua vida!

Passar pelo deserto é passar pela experiência do conhecimento próprio. As luzes da cidade nos deixam cegos, os barulhos das fábricas e dos automóveis nos tornam surdos, a poluição tapa nossas narinas...no deserto nada nos tira os sentidos. Tudo é muito bem apurado!
Enxergamos dentro da própria alma! Sentimos o cheiro de vida que exala de nossa derme. Ouvimos o mais importante de tudo, a voz do próprio coração. Que por diversas vezes grita e outras vozes rotineiras nos impedem de ouví-lo.

É triste passar pelo deserto, mas é uma tristeza por conta das vaidades. Achamos que está tudo muito bem, quando na verdade não está. Vivemos de ilusões da alegria momentânea, quando a verdadeira felicidade vai sendo esquecida, e é no nosso próprio deserto é que reencontramos o caminho para ela.

Passar pelo deserto é caminhar sem destino por algum tempo sem saber de onde veio ou para onde ir...mas saber que um dia chegará.

Apesar de todo o sofrimento o deserto me encanta!

Me encanta porque me faz reconhecer o que existe dentro de mim mesmo e que eu penso ter conhecimento...

O meu deserto é o meu momento de dar uma parada em uma caminhada errada e voltar aos meus princípios.

O meu deserto é o meu momento de voltar lá no ponto de partida dessa longa trajetória e perceber que em certos momentos fatores externos me desviaram do meu caminho e objetivo...

O meu deserto sou eu e eu...e nada mais!

Amor ou costume?

Há dias em que a gente acorda carente de tudo...



Falta auto-estima, falta atenção, falta disposição pra fazer qualquer coisa...


Mas acima de tudo lhe falta amor!!!






É...amor!


Um amor sincero, que te surpreende, que surge sem expectativas... Falta na verdade se sentir amado. O amor nunca acaba. O que some são os sinais de que ele está ali.


Difícil lidar com as peculiaridades do amor.


Aprendi com a vida a amar sem expectativas. O amor só sincero quando se ama sem se esperar nada em troca. Mas você conhece as particularidades das pessoas que te amam.


Um amigo frio é uma característica do seu caráter, ele pode não saber demonstrar o quanto ama, mas nas suas atitudes do dia a dia você sabe exatamente o que ele sente e como sente. Já um amigo sempre presente, que da noite pro dia se torna frio com você é porque aí tem... A frieza que não faz parte de sua característica se torna uma atitude, uma aversão a sua pessoa. Com esse amor você vai sofrer. Impossível se acostumar com a falta de alguém que faz parte do seu dia a dia... Principalmente sem motivos aparentes!


“E esse é o problema das pessoas que são sinceras: acham que todo mundo também é” (Khaled Hosseini)


O amor traz consigo os mais puros sentimentos e atitudes. Dentre eles a verdade, o carinho, a sinceridade, a franqueza... Amor e amizade não se separam... Quando algo me incomoda vou ser franco o suficiente com meus amigos para externar o que estou sentindo, mesmo que com isso venha choro e dor, mas nunca virá uma mentira acompanhada. A mentira não vem acompanhada do amor... E se eu sou sincero o suficiente é porque amo e acredito que vale a pena lutar por esse amor... Se não, eu não perderia meu rico tempo com qualquer sentimento banal.


Mas até que ponto é amor ou é ilusão? Até que ponto existe a reciprocidade do amor dentro de dois corações? Ou até que ponto você está forçando uma amizade com alguém que não está nem aí pra você?


Amar realmente é não esperar nada em troca, mas sofrer por não ser amado é martírio.


Quantos a minha volta me amam e sofrem com minha ausência? E eu aqui, mendigando a presença de alguém que não quer se fazer presente... É amor?


Me privar dos verdadeiros amores e me privar do meu amor próprio. Sofrer por não ser amado é opção minha... O amor está aí, me amando diariamente e eu o procurando onde ele não existe...


Difícil se esvaziar do amor, mas é extremamente necessário. É necessário filtrar os sentimentos que se camuflam de amor quando na verdade são só interesses. Você é legal, você fez falta naquele dia, mas não quero você no meu dia-a-dia...






Preciso me reerguer e procurar amores de verdade. Os que se importam de verdade, os que se fazem presentes mesmo quando não são intimados. Os que querem ser amados por mim também. Preciso me esvaziar dos meus desamores e procurar dentro de mim meus amores de verdade...






PRECISO ACIMA DE TUDO ME AMAR, ANTES DE QUERER SER AMADO!!!

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Minha vida... minhas histórias...

Revendo conceitos... Reformulando idéias...
É...por pior que pareça, sempre dá pra tirar um aprendizado de tudo o que acontece na vida.
Continuar catando as pedras do caminho e construindo minhas pontes...é o que há!

Gosto tanto das palavras e dos livros que às vezes me pego viajando em minha própria vida como se ela fosse um eterno conto de fadas. Ou quem sabe vários livros de auto-ajuda ou romances. Personagens, enredos, mocinhos...bandidos...princesas a espera de seus príncipes encantados...animais falantes... Tem de tudo um pouco. Passagens boas e ruins.
De boas leituras e indicações é que vou levando a vida.
 
Mas em minha vida, as pessoas que por ela passam não são simples personagens. Pessoas são como os próprios livros!
 
 Minha vida não é um livro cheio de histórias. É uma prateleira onde guardo vários livros, com histórias e emoções diferentes. Cada uma com suas particularidades, cada uma com seus capítulos especiais.
Já vivi romances pra recordar eternamente, já fui em busca de muitas aventuras, já sofri com dramas e muito suspense, já chorei com emoções reais. Histórias de terror, viagens místicas... Cada um foi me mostrando tudo o que tinha de melhor na essência das suas palavras...
 
 Muitos livros nos trazem mensagens bem diferentes a cada leitura. A cada vez que o abrimos pra ler a mesma história temos lições e morais distintas. Outros trazem... sua mensagem bem sucinta, e mesmo que se leia várias vezes eles não terão mais nada a acrescentar além de tudo o que já se mostrou com uma única leitura.
 
Às vezes damos atenção demais a livros que acrescentam de menos. E ao mesmo tempo vamos deixando lá no cantinho da prateleira, se enchendo de poeira, os livros que foram lidos várias vezes mas que ainda tem muito a acrescentar. É preciso reorganizar nossas prioridades de releitura, sem deixar de lado as novas e boas leituras

E assim vou vivendo. Escrevendo minhas histórias. Lendo. Me encantando. Me decepcionando quando os livros não mostram o que eu quero ler, não por serem ruins, mas por não trazerem as histórias do meu gosto.
Assim vou levando a vida e fazendo da minha um verdadeiro livro para que possa ser apreciado pelos que me cercam... Sei que não vou agradar a todos, mas não me julgue pelo que ouviu dizerem que sou. Depois que conhecer tudo de mim que ainda tenho a lhe mostrar, aí sim, tire suas próprias conclusões!







quarta-feira, 30 de novembro de 2011

"A Súplica de Belo Monte"

Senhor,
A quem mais recorrer se não a Ti?
Os homens, que criaste a Vossa imagem e semelhança
com o passar de tantos anos parecem ter esquecido disso
Não conseguem enxergar a Vossa Face em si próprios,
imagine nos que o cercam
Senhor,
Venho aqui render-lhe esta oração de súplica
pois querem levar de mim a única coisa que ainda me resta

Roubaram minha humanidade meu Pai
Levaram de mim o meu direito a vida
Já levaram também minha saúde e meu direito de ser cidadão
Me roubaram a natureza, que me deste para eu cuidar
e como se já não bastasse a água que brota da terra,
estou prestes a ter que pagar pelo ar que eu respiro

Roubaram dos meus filhos seu direito de serem crianças
Levaram deles até a educação que eu tanto prezei
E eu, já não sei mais o que esperar do meu dia de amanhã
Aliás, eu já nem sei mais se quero que o meu amanhã chegue

A esperança também me foi roubada, Senhor
Óh meu Senhor e Criador, acreditas que querem roubar até mesmo a fé que tenho em Ti?
Mas ainda não conseguiram
Pois esta eu guardo em um lugar onde ninguém pode tocar
E em meu coração ela é a única coisa que me resta,
pois com tantos furtos, ele foi se esvaziando dos sentimentos que nele eu guardava

Senhor,
Me ajude, por favor!
Pois além da fé em Ti, hoje eu só tenho a mim mesmo, e mais ninguém por mim
E não satisfeitos, estes corações gananciosos, querem me roubar de mim...
A dignidade já me foi roubada faz tempo, e eu já nem lembro de um dia tê-la tido

Por favor, Senhor, eu lhe imploro
Não permita que me roubem de mim mesmo
Dê-me a chance de ao menos eu ser eu...
É com o que me resta de humildade que desesperadamente eu lhe peço
E que assim seja!
Amém...


Por Deyvid Guedes em 30 de novembro de 2011






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Usina de Belo Monte
 
A construção da usina tem opiniões conflitantes. As organizações sociais têm convicção de que o projeto tem graves problemas e lacunas na sua formação.
O movimento contrário à obra, encabeçado por ambientalistas e acadêmicos, defende que a construção da hidrelétrica irá provocar a alteração do regime de escoamento do rio, com redução do fluxo de água, afetando a flora e fauna locais e introduzindo diversos impactos socioeconômicos. Um estudo formado por 40 especialistas e 230 páginas defende que a usina não é viável dos pontos de vista social e ambiental.
Outro argumento é o fato de que a obra irá inundar permanentemente os igarapés Altamira e Ambé, que cortam a cidade de Altamira, e parte da área rural de Vitória do Xingu. A vazão da água a jusante do barramento do rio em Volta Grande do Xingu será reduzida e o transporte fluvial até o Rio Bacajá (um dos afluentes da margem direita do Xingu) será interrompido. Atualmente, este é o único meio de transporte para comunidades ribeirinhas e indígenas chegarem até Altamira, onde encontram médicos, dentistas e fazem seus negócios, como a venda de peixes e castanhas.
A alteração da vazão do rio, segundo os especialistas, altera todo o ciclo ecológico da região afetada que está condicionado ao regime de secas e cheias. A obra irá gerar regimes hidrológicos distintos para o rio. A região permanentemente alagada deverá impactar na vida de árvores, cujas raízes irão apodrecer. Estas árvores são a base da dieta de muitos peixes. Além disto, muitos peixes fazem a desova no regime de cheias, portanto, estima-se que na região seca haverá a redução nas espécies de peixes, impactando na pesca como atividade econômica e de subsistência de povos indígenas e ribeirinhos da região. De resto, as análises sobre o Estudo de Impacto Ambiental de Belo Monte feitas pelo Painel de Especialistas, que reúne pesquisadores e pesquisadoras de renomadas universidades do país, apontam que a construção da hidrelétrica vai implicar um caos social que seria causado pela migração de mais de 100 mil pessoas para a região e pelo deslocamento forçado de mais de 20 mil pessoas. Tais impactos, segundo o Painel, são acrescidos pela subestimação da população atingida e pela subestimação da área diretamente afetada.
Segundo documento do Centro de Estudos da Consultoria do Senado, que atende políticos da Casa, o potencial hidrelétrico do país é subutilizado e tem o duplo efeito perverso de levar ao uso substituto da energia termoelétrica - considerada "energia suja" e de gerar tarifas mais caras para os usuários, embora o uso da energia eólica não tenha sido citada no relatório. Por outro lado, o Ministério de Minas e Energia defende o uso das termoelétricas para garantir o fornecimento, especialmente em períodos de escassez de outras fontes.
O caso de Belo Monte envolve a construção de uma usina sem reservatório e que dependerá da sazonalidade das chuvas. Por isso, para alguns críticos, em época de cheia a usina deverá operar com metade da capacidade, mas, em tempo de seca, a geração pode ir um pouco abaixo de 4,5 mil MW, o que somado aos vários passivos sociais e ambientais coloca em xeque a viabilidade econômica do projeto.



"Viva o dinheiro (mais dinheiro) no bolso de quem tem, e danem-se os demais!"

Este é o país que estamos ajudando a construir...